A intensidade e a grande extensão das atividades agropastoris, no território desta Diocese de Leopoldina, fizeram com que nove de suas Paróquias fossem dedicadas ao patrocínio do glorioso soldado romano do século IV, Sebastião, morto sob o imperador Diocleciano, numa oblação de martírio. Entre servir ao imperador adorando seus ídolos, este destemido cristão optou, com segurança e alegria, pela defesa de sua fé, e pela adoração ao seu único e verdadeiro Deus, em seu Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo. Como capitão da guarda romana, catequizava e incentivava os cristãos condenados ao martírio, para que não fraquejassem ao confessar o Nome de Jesus perante seus juízes. E assim, ele mesmo caminhou para o seu próprio martírio. Ao lhe ser proposta a opção, não vacilou, declarando que não poderia abandonar, por nada, o Caminho que a graça de Deus lhe havia mostrado.
Por que a Igreja nos oferece e incentiva a devoção aos nossos Santos? Eles e elas são aqueles pelos quais ”…revigorais (ó Pai!) constantemente a vossa Igreja…” (pref/santos), como rezamos no Santo Sacrifício da Missa. São os nossos modelos e incentivadores. E os/as santos/as mártires são aquela multidão, em túnicas brancas, que “alvejaram suas vestes no Sangue do Cordeiro”, (Ap 7,14) como está dito no Livro das Revelações – o Apocalipse, escrito por São João. E o nosso querido São Sebastião é um destes! Lembremo-nos que o martírio é o ápice da vida na Fé, nada o supera no seguimento do Mestre, uma vez que é o ato cristão mais íntimo, mais semelhante e mais próximo do ato redentor de Jesus Cristo.
São Sebastião, por muitas intervenções alcançadas junto de Deus, foi tomado pela Igreja como um poderoso e amoroso protetor dos cristãos. Ainda como guarda das prisões, catequizava e fortalecia a fé daqueles que aguardavam o martírio. Já no céu, junto do Cristo que tanto socorreu os necessitados aqui na terra, obteve graças e proteção contra a peste, contra a fome e contra as guerras. As duras lidas e inesperadas perdas no campo, levaram os agropecuaristas a recorrer a São Sebastião como seu intercessor seguro e amigo. Os vários rebanhos e a agricultura receberam sua proteção segura, em benefício da saúde e do alimento de seus fiéis devotos. Por isso, honrá-lo e exaltar a sua memória, hoje, é quase um preito sincero de gratidão e o aprendizado de como servir a Jesus Cristo, mesmo que nos peçam nosso sangue.
Pa. Cada dia da novena, as pastorais escaladas das quatro paróquias se faziam presentes na Catedral, em profunda devoção ao Padroeiro.
No dia 20, depois da Santa Missa das sete horas, em carreata, sua imagem foi levada às instalações da Exposição da Cooperativa Leste de Minas. Aí o Senhor Bispo, Dom José Eudes, celebrou missa solene para a grande comunidade agropastoril, que superlotou o novo Pavilhão da Exposição. E, depois do grande almoço, já tão tradicional como os leilões, e do Terço dos Homens, por volta das seis e meia da tarde, a imagem do Padroeiro retornou a Catedral, num longa e orante procissão. Na Catedral, o Senhor Bispo, com os concelebrantes Padre Flávio e Monsenhor Antônio Chámel, encerrou a grandiosa festa de São Sebastião com solene missa para um Catedral repleta de seus fiéis devotos.