O tempo do Advento é um tempo de preparação, marcado pela alegria e pela expectativa da vinda do Filho de Deus. Por isso, usamos a cor rosa ou o róseo para diferenciá-lo do Tempo da Quaresma, cuja cor é o roxo. A cada final de semana destacamos um personagem bíblico: Davi , Isaías , João Batista e Maria grávida (IV Dom). A Igreja deve ser enfeitada a cada semana: a Coroa do Advento e a árvore de Natal (I Dom), estrelas, velas e sinos (II Dom), o presépio (III Dom) e demais enfeites (IV Dom) conforme a criatividade da Equipe de Liturgia. Porém, lembrando que somente no dia do Natal, a Igreja deverá estar totalmente enfeitada. Os enfeites gradativos querem nos ajudar a entrar num clima de festa e preparação para o ponto alto da celebração natalina. Cuidado para não encher o presbitério demasiadamente.
A primeira semana do Advento começa com o Domingo da Vigilância, centrando a celebração na vinda definitiva do Senhor. A atitude fundamental é vigiar, é renovar nossos corações na mesma esperança que animou, durante tantos séculos, a caminhada do Povo de Deus. A segunda semana é o Domingo de João Batista. Deus vem para refazer conosco sua Aliança e nos convida, através do testemunho de João Batista, a preparar no deserto os seus caminhos pela conversão pessoal e comunitária. A terceira semana inicia-se com o Domingo da Alegria, porque Aquele que esperamos já está conosco, em nosso meio. Ele mesmo vem para endireitar nossos caminhos e para nos conduzir à festa do seu Natal, num grande sinal da sua manifestação no meio dos pobres, humildes e sofredores. Neste dia usa-se toalhas num tom de rosa forte. A quarta semana começa com o Domingo da Espera. Lembrando Maria – mulher grávida – nos preparamos para a novidade de Deus que chega para nós neste Natal.
O Natal – que celebramos com o branco, dourado ou amarelo mostrando o sentido festivo – não é uma comemoração do nascimento de Jesus ou seu aniversário. Na verdade não sabemos a data do nascimento de Jesus. O Natal é a celebração da manifestação de Deus em nossa carne. Sua origem remonta o ano 300 dC, quando a Igreja de Roma, vivendo numa cultura pagã que comemorava o nascimento do sol vencedor no dia 25 de dezembro, começou a celebrar o verdadeiro sol da justiça, que aparece no mundo depois de uma longa noite. No Oriente, a celebração do Natal é no dia 06 de janeiro como a grande Epifania (manifestação) do Cristo ao mundo.
O Natal é chamado a festa das Luzes. Por isso, enfeitamos casas, árvore de Natal, guirlandas etc com tantas lâmpadas, pois “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,2). Não se trata de celebrar uma festa do passado, mas de celebrar “o Cristo que nasceu para consagrar o mundo com a sua vinda”. A vinda do Verbo de Deus em nossa carne é o começo do misterioso processo de unificação de toda a humanidade e de todo o universo em Cristo.
O Natal chama nossa atenção para o fato de que “Deus se fez criança”. Ele nasce em Belém ”a Casa do Pão” e revela toda a ternura de Deus. Belém cidade do rei Davi é a cidade do Messias/Cristo. Com a tradução de Belém – Casa do Pão – vemos que o primeiro altar foi a manjedoura e o primeiro Templo foi a estrebaria. Num cocho entre animais, rejeitado pelos homens e acolhido pelos pastores marginalizados encontra-se o Pão Vivo descido do Céu (Jo 6,51). Pão da palavra e Pão da Eucaristia para a vida do mundo.