Mensagem de Dom José Eudes para a Páscoa do Senhor
Meus queridos irmãos e irmãs, acreditar que Jesus ressuscitou significa acreditar que esse mesmo Jesus que ressuscitou e que ainda responde pelo mesmo nome continua vivo, presente espiritualmente entre nós, participa conosco da mesma Eucaristia como fez os discípulos no Cenáculo.
Na 1ª leitura dos Atos dos Apóstolos, trata-se de um discurso de Pedro ao povo de Jerusalém, a respeito de Jesus. Pedro era discípulo de Jesus, que o constituiu chefe dos demais discípulos, também chamados apóstolos, em torno dos quais se estruturou a comunidade cristã primitiva de Jerusalém, célula mãe de todas as Igrejas.
Em nome dessa Igreja, Pedro dá testemunho de Jesus, o Messias prometido e abençoado por Deus com o Espírito Santo e com poder, a toda Jerusalém. Note-se a clareza da linguagem de Pedro a respeito de Jesus, da Sua história e da Sua missão e leve-se em conta o clima hostil que reinava entre os poderosos de então. Pedro robustecido pela experiência profunda da ressurreição do Senhor não era mais o mesmo que renegara o seu mestre.
A maior graça da Ressurreição do Senhor é a fortaleza na Fé. É também ela que leva até o martírio não só Pedro, mas todos os apóstolos.
Com certeza, a exortação de Paulo aos Colossenses (3,1-4) está baseada na sua experiência da ressurreição do Senhor. Paulo deixou-se converter por Jesus ressuscitado no caminho de Damasco.
Paulo será eternamente grato ao Senhor, embora tivesse perseguido a Igreja do caminho, por ter sido agraciado com a aparição do Ressuscitado como o foram os outros discípulos que seguiram a Jesus desde os primeiros dias na Galiléia.
A Fé de Paulo no ressuscitado, já nesta vida, antes de sua efetivação depois da morte, já ressuscita ou levanta o seu coração e o faz dizer: “Irmãos, se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos para alcançar as coisas do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus”.
No Evangelho (Jo 20,1-9) – A narrativa de hoje é vivida por três personagens intimamente ligados a Jesus: Maria Madalena, que acompanhava Jesus desde a Galiléia até a Judéia e que muito o amava; Simão, a quem Jesus dera o nome de Cefas, pedra, e sobre o qual construirá a sua Igreja; e João, o discípulo amado.
Os três estavam somente à beira dos tempos novos, pois, até então, “não tinham compreendido a Escritura segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. Estavam à beira dos tempos novos, mas também aquém ainda. Maria Madalena, tão solícita ao deparar-se com o túmulo vazio, pensou que o corpo tinha sido removido para um lugar ignorado.
Pedro, ao ver as faixas enroladas fora do lugar, apenas surpreende-se. João é o primeiro a transpor o limiar da dúvida: “Ele viu e acreditou”. E abriu para os sentidos das Escrituras.
Cada um de nós somos chamados a identificar como o discípulo amado, pois a nossa fé deve ser fruto da experiência do amor com o qual Jesus nos amou até o fim. Ser testemunha do ressuscitado não consiste em testemunhar o nosso amor pelo Cristo, mas sim o amor do Cristo por nós.
Somos chamados a ressuscitar com Cristo para uma vida nova, aspirando as coisas celestes e não terrestres.
A Festa da Páscoa exige de nós uma vida nova, renovada em Cristo.
Somos convocados e chamados a viver este ano da Paz. Devemos ser promotores e anunciadores desta paz.
A Paz começa em nossa casa!
“A Paz que é tão sonhada, cantada em canções tão lindas, só chegará até nós, quando ouvirmos a voz do Senhor”
CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA! FELIZ PÁSCOA!