Nesta entrevista os leitores terão a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a origem e trajetória do Diácono Fernando José de Freitas, que será ordenado sacerdote no próximo dia 29 de janeiro, às 10h, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio, em Caldas (MG).
Confira!
1. Olá Diácono Fernando, sua bênção! Obrigado por aceitar o nosso convite para esta entrevista. Já estamos nos aproximando de sua ordenação sacerdotal, com a Graça de Deus. Como está o coração neste momento?
Olá João Gabriel! Cumprimento, com carinho, a todos que acompanham o site e redes sociais de nossa Diocese. Deus abençoe a todos! O coração, neste momento, está ansioso, um pouco atribulado pelas providências e preparativos, mas, sobretudo, muito feliz. É, não apenas a realização de um sonho, o que denota uma dimensão mais humana, mas a concretização de um ideal vocacional. A ordenação sacerdotal é a capacitação sacramental para uma nova fase de serviço à Deus e à sua Igreja, de forma particular em nossa querida Diocese de Leopoldina.
2. As Paróquias de São Sebastião de Leopoldina e Nossa Senhora da Piedade de Piacatuba, onde atualmente o senhor exerce o seu ministério diaconal, além das comitivas de padres, seminaristas e tantas outras pessoas, estão se preparando para visitar sua terra natal e assistir este momento importante em sua vida, a ordenação como novo sacerdote da Diocese de Leopoldina. Esse carinho e acolhida é muito importante, não é mesmo?
Muito importante! Embora eu compreenda perfeitamente a dificuldade enfrentada por muitos para estarem presentes, sobretudo em razão da longa distância, cada pessoa que assegura a sua presença, sobretudo da nossa Diocese de Leopoldina, traz uma alegria muito grande ao meu coração. Todos somos humanos, feitos de muito sentimento e alguma razão. A sensação de ser acolhido e querido é gratificante e até mesmo curativa. Além disso, no caso dos irmãos padres, há a questão da comunhão presbiteral, que é tão importante para a compreensão e vivência do ministério sacerdotal. Eu sou um agraciado, um privilegiado, por pertencer ao clero de Leopoldina, onde fui acolhido com tanta generosidade. Estou muito feliz!
3. Sabemos que o Povo de Deus presente em Caldas (MG), especialmente da Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio, também estão em festa, alegres com a ordenação sacerdotal de mais um filho. Conte-nos como estão os preparativos em sua paróquia de origem.
Certa vez vi uma frase que muito me marcou: “Vocação é a resposta de Deus a uma comunidade que reza”. Minha vocação está muito vinculada à minha comunidade e paróquia de origem. Todos os que convivem comigo sabem que sou um bairrista incorrigível, que ama a sua terra com amor enternecido. Caldas diz muito sobre a eclesiologia e personalidade. Isso pesou muito na decisão de realizar aqui a minha ordenação. Os preparativos, como é de se esperar, estão se desenvolvendo muito bem, contando com a empenho de nosso pároco, Pe. Fabiano; de seus auxiliares diretos, o Pe. Narcizo e o Diác. Felipe Mateus. Além disso, percebo o empenho tão carinhoso das lideranças, funcionários e de todo o Povo de Deus. Também a minha comunidade (Santana de Caldas) está muito empolgada com os preparativos de minha primeira missa, que será lá, às 10h de domingo, dia 30 de novembro. Nestes dias de janeiro, estou visitando as comunidades eclesiais que formam a paróquia de Caldas (são 39 ao todo!), e é muito gratificante ver como o povo vibra com a gente. É um tempo de graça de benção de Deus para mim, minha família e toda a nossa paróquia.
4. Fale um pouco sobre a sua família, o lugar onde nasceu, as lembranças de criança das Santas Missas…
Muito bem, é uma longa história e convém resumir. Eu nasci na Santa Casa de Misericórdia de Caldas, numa segunda-feira, por volta das oito da manhã. Era o dia 17 de agosto de 1987. O mesmo dia em que morreu Carlos Drummond de Andrade, meu poeta preferido (por outras razões, claro!). Meus pais são Carlos Borromeu de Freitas (62 anos) e Terezinha Garcia de Freitas (59 anos). Tenho apenas um irmão, dois anos mais velho que eu: Carlos Alexandre. Ele é casado com Misleine e tem dois filhos: Carlos Gabriel (3 anos) e outro menino, ainda em gestação. Fomos criados no distrito de Santana de Caldas (14 Km de Caldas), uma comunidade com cerca de 1000 habitantes, muito simples e profundamente fervorosa na vida de fé. Eu nasci em uma família de sentimentos profundamente religiosos, historicamente envolvida em tudo que dizia respeito à Igreja. Cresci nesse ambiente em que a Igreja dava ritmo para a nossa vida. Esqueci de mencionar: fui batizado na Capela de São Benedito, em Poços de Caldas, pelo Côn. Roberto Cavour, do clero de Guaxupé. Foi na escola de Santana que realizei meus primeiros estudos, até a quarta série. Depois, passei a estudar em Caldas, de quinta a oitava série. Na minha infância, a nossa comunidade recebia o pároco, o saudoso Pe. Sebastião Pereira Dal Poggetto, apenas uma vez por mês para a celebração da missa, porém toda semana havia celebração da Palavra e outros momentos de oração (na verdade a semana inteira havia atividades na Igreja). Toda Semana Santa e Natal, recebíamos a visita de um padre holandês aposentado que visitou e se encantou pela comunidade e passou a assisti-la nestes tempos fortes. Esse sacerdote, Pe. Antônio Van Baalen, se mudou definitivamente para a nossa comunidade no ano 2000 e passamos a contar com a assistência constante de um sacerdote e missas dominicais.
5. Quando surgiu o desejo de ser padre? Algum fato específico o motivou para o caminho vocacional? Cite nome(s) de pessoas que o influenciaram?
Há muitos anos busco definir esse marco temporal, sem muito sucesso. Sempre quis ser padre. Essa ideia sempre me encantou mais que qualquer outra. Meu tio e padrinho, Márcio Donizete, já falecido, era uma espécie de sacristão/zelador da Igreja. Ele foi o meu grande promotor vocacional, fazendo crescer esse encantamento que eu sempre tive pelas coisas da Igreja, sobretudo a Missa. No entanto, muitas outras pessoas me incentivaram: minha mãe, meus avós paternos e outros ainda. Tentando analisar por um viés psicológico, concluo que como a missa mensal era o ponto alto de nossa vida interiorana e as poucas viagens que fazíamos era por motivação religiosa, formou-se na minha consciência uma admiração superior e verdadeiro deslumbramento pelos atos religiosos, sobretudo pela celebração da Santa Missa. Foi essa a forma encontrada pela providência divina para me atrair: a beleza dos templos, a paz dos cantos, o esplendor das imagens, a harmonia das cerimônias litúrgicas, a unção das pregações e etc. Como acompanhava com entusiasmo, pelo rádio e televisão, toda a vida religiosa do Santuário de Aparecida, no começo eu desejava ser missionário redentorista. Depois mudei de ideia e percebi que queria mesmo ser padre diocesano. Cito, como fato específico, o meu ingresso como coroinha. Acho que tinhas uns 8 ou 9 anos. Foi muito marcante e um impulso para a minha vocação. A minha “estreia” como coroinha foi no Salão Paroquial, porque a Igreja estava em reforma, em missa presidida pelo inesquecível Pe. Poggetto.
6. Como foi esse momento de decisão em seu coração? E sua família, quando soube que iria trilhar este caminho, qual foi a reação?
Como eu disse, a vocação esteve sempre nos meus horizontes. No início da adolescência, como é natural, eu tive algumas dúvidas sobre o caminho a seguir, mas o ideal permaneceu. Quando o Mons. João Faria veio ser Vigário Paroquial em Caldas, atendia com muito carinho e assiduidade a nossa comunidade de Santana. Eu cresci muito vocacionalmente nesse período porque o monsenhor tirava dúvidas e esclarecia muitas coisas sobre a vida de seminário e o próprio ministério sacerdotal. Confessei e recebi, pela primeira vez, a eucaristia de suas mãos, nesse período, em 1998 ou 1999. A efetivação de minha entrada para o seminário eu a devo, indiretamente, ao Pe. Antônio Van Baalen. Depois que passou a residir em Santana, houve um reflorescimento pastoral da comunidade e ele teve a sensibilidade de nos mandar para os encontros vocacionais em Pouso Alegre: algo inalcançável para nós, até então. Íamos em um grupo de três ou quatro jovens em uma van que saia de Santa Rita de Caldas (um processo complexo – sic!). Após três encontros, embora eu não nutrisse essa expectativa para tão breve, eu fui chamado a ingressar no seminário de nossa Arquidiocese. A minha aprovação para o seminário teve como principal mentor o meu estimado ex-reitor, Cônego Simão Cinineo Ferreira.
7. Quando ingressou no seminário? Conte-nos um pouco sobre esse período de estudos.
Ingressei no Seminário Nossa Senhora Auxiliadora, da Arquidiocese de Pouso Alegre, no dia 1 de fevereiro de 2003. Devo muito ao seminário e atribuo grande parte daquilo que sou à formação que aí recebi durante quase sete anos. Comecei pelo seminário menor, ao mesmo tempo em que cursava o ensino médio no tradicional Colégio São José. Durante o ano de 2006 cumpri a etapa propedêutica. Entre 2007 e 2009 cursei filosofia pela Faculdade Católica de Pouso Alegre. No final do curso de filosofia, várias inquietações me levaram a uma interrupção no processo de formação. Tinha 22 anos e estava a quase sete no seminário. Essa interrupção, como já me parecia então, muito contribuiu para o meu amadurecimento humano, embora o desejo de ser padre continuasse muito vivo no meu coração.
8. O senhor teve a oportunidade de trabalhar na Catedral Metropolitana de Pouso Alegre. Foi lá que conheceu o então Cônego Edson Oriolo? Como foi a experiência nesse trabalho?
A título de curiosidade: Dom Edson possui laços com a minha terra natal e com o nosso antigo pároco: quando seminarista, ele fez pastoral na Paróquia de Caldas e era afilhado do Pe. Poggetto, de ordenação diaconal. Isso nos idos da década de oitenta, portanto antes que eu nascesse. Quando fui para o seminário, tive mais conhecimento de sua pessoa. Ele era muito mencionado como conferencista e autor de artigos e, sobretudo pelo trabalho pastoral inédito em Borda da Mata, com o projeto “Quem planta sorriso, colhe felicidade”. No entanto, um maior conhecimento deu-se quando o então Côn. Edson Oriolo lecionou para nós na Faculdade Católica. Com brilhantismo (sem nenhum tipo de esquema ou papel na mão), lecionava Teoria do Conhecimento, Filosofia da Ciência e outras disciplinas. Eu o tive como professor no segundo e terceiro ano de filosofia. Muito perspicaz e observador, julgo que ele nos conhecia muito bem. Quando deixei o seminário, resolvi procura-lo para me aconselhar e surgiu o convite para exercer atividade profissional na Paróquia do Bom Jesus – Catedral Metropolitana. Com o passar do tempo, surgiu também a oportunidade para exercer atividades pastorais. Foi um tempo muito rico, pela convivência com o pároco e participação em sua atividade pastoral, ousada e criativa. Também a riqueza e complexidade da paróquia ajudaram no meu desenvolvimento. O trabalho com os funcionários, na função de gestor, favoreceu muito a minha capacitação. Destaco, ainda, a convivência inesquecível com o saudoso Mons. Vicente Pereira Gomes, que residia com o Côn. Edson e atuava na paróquia: um sacerdote estupendo!
9. Diácono Fernando, o senhor também trabalhou com um dos expoentes do episcopado brasileiro, Dom Antônio Afonso de Miranda, SDN, bispo emérito de Taubaté (SP), que faleceu neste ano. Qual foi o legado que ele deixou em sua vida?
Muito bem! Para falar sobre Dom Antônio, é preciso comentar minha passagem por Taubaté. Nessa importante cidade do Vale do Paraíba, está um dos grandes centros de estudos superiores de Teologia e Filosofia do Brasil: a Faculdade Dehoniana, dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Até a metade da década de 90, Pouso Alegre mantinha os seus seminaristas de teologia em Taubaté. Isso explica os muitos laços entre o clero de Pouso Alegre e a realidade eclesial do Vale do Paraíba. Incentivado pelo Côn. Edson e por outros sacerdotes, sobretudo o Mons. Marco Eduardo Jacob Silva, que pertencia ao clero de Taubaté, decidi cursar teologia naquela cidade. Residi no Seminário Maior Diocesano Cura D’Ars durante o quadriênio teológico e realizei estágio pastoral em paróquias de Caçapava, Taubaté e Campos do Jordão. Foi um tempo muito rico. A faculdade, de excelente nível, e a própria realidade de pastoral urbana me ajudaram a conhecer um rosto de Igreja bem diferenciado daquele em que eu vivera até então. Tenho muita gratidão pelo muito que recebi em Taubaté e por tantas pessoas maravilhosas que lá conheci. Tudo isso para falar de Dom Antônio, que era bispo emérito de lá: quando terminei o curso de teologia, retornei a Pouso Alegre por um tempo, até que surgiu uma das melhores oportunidades de minha vida: um convite para assessorar, como secretário, Dom Antônio Affonso de Miranda, que contava 95 anos de idade e começava a exigir maior atenção. Não é simples resumir o que foi a minha convivência com esse santo homem, que se conservou lúcido e independente até a idade de 100 anos. Nossa interação foi perfeita e eu mais aprendi dele do que pude ajuda-lo efetivamente. A convivência com Dom Antônio marcou a minha vida. Costumo dizer que, durante alguns anos, privei da intimidade de um verdadeiro santo! Convivi, também, com Dom Carmo João Rhoden, pessoa de excelentes qualidades, que se tornou um amigo precioso, com quem, também, muito aprendi e me desenvolvi.
10. Conte-nos como foi sua transição para Leopoldina, onde exerceu o trabalho de assessor da Cúria Diocesana. Como foi o acolhimento dos padres, seminaristas, religiosos(as) e da população?
A resposta anterior liga-se a esta. A partir de 2019, Dom Antônio Affonso de Miranda fixou residência junto de suas irmãs e família, na cidade de Mercês, sua terra de criação, aqui na Zona da Mata. Eu passei a auxiliá-lo na nova residência. Um tempo de bênçãos sob o olhar maternal da Virgem das Mercês, da qual sou devoto. Portanto, quando Dom Edson foi nomeado bispo de Leopoldina, embora não conhecesse a diocese, eu já estava na Zona da Mata, a poucos quilômetros de Piraúba, Tocantins e etc. Alguns meses após a tomada de posse, Dom Edson fez o convite para que eu viesse exercer atividade profissional na Cúria Diocesana. Cheguei no dia 25 de julho de 2020. Com a passar do tempo, foi aumentando o apelo vocacional e o desejo de colaborar ainda mais com a ação evangelizadora em nossa querida diocese. A convivência diária com Dom Edson e com os padres, sobretudo com o querido Mons. Chámel, reacendeu o desejo de consagrar-me radicalmente pelo Sacramento da Ordem. No dia 8 de dezembro de 2020, formalizei o pedido para ser admitido como candidato à ordenação. No dia 1º de maio de 2021, ao lado do estimado Pe. Márcio Júnior, fui ordenado diácono, no Santuário Diocesano de São José Operário. A acolhida na diocese de Leopoldina foi excepcional. Um grande dom de Deus na minha vida! O clero, com generosidade e abertura de coração, abraçou o meu desejo de servir à Igreja, olhando com agrado o meu modo de ser e a disposição de construir história, na unidade e com humildade. Entre os leigos, são muitos amigos que pude fazer, sobretudo em Leopoldina e Piacatuba. A experiência com os seminaristas tem sido, também, extraordinária: tanto os do Seminário Maior, quanto os do propedêutico. Enfim, como diz aquela canção: “É benção sobre benção”!
11. Há 7 meses o senhor foi ordenado diácono, exercendo trabalhos pastorais na Paróquia São Sebastião de Leopoldina (Catedral) e na Paróquia Nossa Senhora da Piedade de Piacatuba. Conte-nos como foi essa experiência.
A primeira designação de minha vida a princípio me atemorizou um pouco, mas, na verdade, foi uma grande benção para o meu diaconato. Agradeço a Dom Edson pela sensibilidade e oportunidade de trabalhar nessas comunidades. Pude administrar com fartura os sacramentos que também competem ao diácono: batismo e matrimônio. Procurei conciliar as atividades como assessor na Cúria Diocesana com o trabalho pastoral nas Paróquias São Sebastião (Leopoldina) e Nossa Senhora da Piedade (Piacatuba). Tem sido uma experiência muito boa, ao lado do Pe. Wallace que, recém-chegado, tem revitalizado essas paróquias com muito entusiasmo e disposição. Existe muito trabalho pela frente, mas muitas conquistas e alegrias. O Povo de Deus é excepcional: a Catedral com a sua beleza e tantas peculiaridades; Piacatuba com a sua história admirável e uma vivência tão genuína da fé. A cada final de semana, depois de tantas atividades, tenho a oportunidade de reafirmar a convicção de que acertei no meu “sim” e de que vale a pena trabalhar pelo Reino de Deus e gastar-se, ainda que de forma quase anônima, para que Jesus seja mais conhecido e amado.
12. Faça uma reflexão sobre o lema escolhido para sua ordenação presbiteral.
O lema que escolhi para o ministério sacerdotal é: “Para curar os feridos no coração”, do livro do Profeta Isaías, capítulo 61. A beleza desse trecho, que tem paralelo no Evangelho de Lucas (4,16), sempre me impressionou muito. Mas, voltemos a Isaías: O profeta anuncia um tempo muito especial, de grande benção e graça para todo o povo: o dia da salvação. Uma das promessas é a cura de todos que estão feridos… no coração! É algo de beleza extraordinária. Quando Jesus lê esse texto na sinagoga de Nazaré ele conclui: “Hoje se cumpriu essa passagem da escritura que acabastes de ouvir”. Entendo que o ministério sacerdotal deve ser o serviço de cumprimento desse “estado de Reino de Deus”, já efetivo em Jesus. Curar o coração ferido é o mesmo que curar a pessoa toda, isto é, em toda a complexidade que a constitui: física, espiritual, emocional, psicológica, social e etc. Sempre fui encantado com a perspectiva de ouvir as pessoas e ajuda-las, seja no sacramento da reconciliação, aconselhamento ou direção espiritual. Mas não apenas isso: tudo que o sacerdote é e faz – palavra, sacramento, pastoral, serviço a vida, relação institucional – são serviços de cura dos corações. Creio que podemos prestar um grande tributo a cada pessoa através de nosso ministério, na perspectiva do acolhimento, da escuta, do processo de cura integral e da alegria. Afinal, “felicidade” e “realização” são, nada mais, que outros nomes da “salvação”! Como o versículo específico do lema não aparece no texto de Jesus na sinagoga de Nazaré, escolhi como referência neo-testementária a passagem do “Bom Samaritano” (Lc. 10, 25-37), que será proclamado na ordenação.
13. Quais são as expectativas após a ordenação?
As expectativas são as melhores possíveis. Após algumas semanas, já estou com saudades de minhas atividades em Leopoldina (Cúria e Catedral) e Piacatuba. Ainda não recebi do Sr. Bispo uma definição oficial de como será a minha vida após a ordenação, apenas alguns acenos. Creio que continuarei contribuindo com o trabalho de reestruturação da Cúria Diocesana e com as aulas no seminário, permanecendo em Leopoldina uma parte da semana e atendendo alguma paróquia próxima na outra parte. É evidente que para o padre diocesano o “amor maior” é o apostolado paroquial, no entanto, é preciso, com senso de corresponsabilidade, atender às necessidades que se apresentarem. Estou à disposição de nosso bispo para o que a Igreja precisar e discernir tanto agora quanto no futuro.