‘Sertões de Leste’ era a denominação de um território da antiga Província de Minas Gerais, hoje conhecido a Zona da Mata Mineira, que também se estendia ao noroeste do Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo.
A região foi habitada por indígenas, mas passou a ser explorada por colonizadores no final do século XVIII, formando assim muitas vilas e cidades.
Nessa época foram construídos vários templos católicos, então subordinados ao bispado do Rio de Janeiro. Mais tarde, com a criação da Diocese de Mariana, muitas igrejas de nossa região passaram a fazer parte de sua área episcopal.
Com um extenso território, ‘Mariana’ foi elevada à categoria de arquidiocese e precisou ser desmembrada sucessivamente para a formação de outras dioceses, entre elas a de Leopoldina, no dia 28 de março de 1942.
Quem assinou a bula de criação foi o papa Pio XII, em plena Segunda Guerra Mundial. Consta que o documento não chegou a tempo, tendo o Núncio Apostólico do Brasil dom Bento Aloise Masella o ofício de publicar o decreto de sua constituição.
A instalação da Cúria Diocesana viria ocorrer mais tarde, em 6 de agosto de 1942, em um dos cômodos da Residência Episcopal. Depois ela foi transferida para um amplo espaço onde ficavam os dormitórios dos seminaristas.
A inauguração oficial da atual estrutura da Cúria Diocesana ocorreu no dia 28 de março do ano de 2000, recebendo o nome de Monsenhor Guilherme de Oliveira, sacerdote que foi reitor do Seminário de Leopoldina e professor por mais de 30 anos do Ginásio Leopoldinense, tradicional colégio que pertenceu à Igreja Católica.
Na formação da Diocese de Leopoldina o arcebispo de Mariana dom Helvécio Gomes de Oliveira nomeou o padre José Domingues Gomes como Administrador Diocesano. Ele visitou todas as paróquias que constituiria sua unidade territorial.
Mais tarde, em 1979, os templos católicos de Argirita e Providência, então subordinados ao bispado de Juiz de Fora, passaram a fazer parte de sua área episcopal.
Em Visconde do Rio Branco fica o templo católico mais antigo da diocese: a Paróquia São João Batista, fundada no dia 20 de agosto de 1810, na antiga aldeia de Xopotó dos Coroados, também conhecida como ‘Presídio’.
A antiga matriz foi erguida com material de pau-a-pique, mas no início do século XX foi construída no mesmo local a atual Igreja, que foi projetada pelo padre Antônio Raymundo Nonato de Carvalho.
A Catedral de São Sebastião é a Sé Episcopal da Diocese de Leopoldina e demorou 37 anos para ser construída. A antiga matriz foi criada no dia 27 de abril de 1854, pela mesma lei que elevou o distrito de São Sebastião do Feijão Cru à condição de município de Leopoldina. Ela ficava localizada onde atualmente está o monumento de Nossa Senhora da Paz, mas foi demolida em 1927 para a construção de uma nova Igreja.
Com a criação da Diocese de Leopoldina, a Matriz passou a condição de Catedral, embora as obras ainda estivessem inacabadas. A bênção da pedra fundamental ocorreu no dia 12 de julho de 1928.
O projeto arquitetônico é de autoria de Luiz Dantas Castilho, da Escola Nacional de Belas Artes. A planta foi confeccionada pelo engenheiro Ormeo Junqueira Botelho, cujo desenho corresponde a uma cruz latina, com a cúpula elevada no cruzamento dos dois eixos, tendo na frente uma torre com mais de 50 metros de altura.
O Santuário da Diocese de Leopoldina fica localizado em Cataguases, na antiga Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia, cuja paróquia foi criada no dia 10 de outubro de 1851. Ao longo de sua história, o templo católico passou por sucessivas reformas e ampliações, mas foi demolido por causa de sua estrutura comprometida, sendo construída uma nova Matriz no local.
A sua pedra fundamental foi lançada em 1944, quando acontecia o conflito global conhecido como Segunda Guerra Mundial. As obras iniciaram em 1948, três anos após o fim da guerra, sendo conclusas em 1968. O arquiteto Edgar Guimarães do Vale a projetou em estilo modernista, com traços que assemelham a um avião, sem uma das asas.
Sua originalidade e beleza arquitetônica desperta a atenção de todos que visitam Cataguases, principalmente em sua fachada, decorada com um painel em azulejos que retrata a vida de Santa Rita, da consagrada pintora brasileira Djanira da Motta e Silva.
Mais tarde, em 1995, a artista plástica Nanzita Ladeira Salgado Alvim Gomes retratou no interior da Igreja a Via Crucis de Jesus Cristo, inspirada no livro de Pierre Barbet ‘A Paixão de Jesus Cristo segundo o Cirurgião’.
A Matriz Santa Rita de Cássia foi transformada em Santuário no dia 7 de julho de 1996, numa solenidade presidida pelo então bispo dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho.
Bispos
Dom Delfim Ribeiro Guedes
Foi o seu primeiro Bispo Diocesano. Ele nasceu no dia 02 de maio de 1908, em Maria da Fé, Minas Gerais. Foi nomeado pelo Papa Pio XII para a Diocese de Leopoldina, tomando posse no dia 26 de junho de 1943, exercendo o seu ministério por 17 anos. Teve como lema: “Esperar Contra toda Esperança”. Dom Delfim faleceu no dia 23 de fevereiro de 1985, sendo sepultado em São João Del Rei.
Dom Gerardo Ferreira Reis
O segundo Bispo Diocesano foi dom Gerardo Ferreira Reis, nascido no dia 1º de outubro de 1911, em Alpinópolis, Minas Gerais. Foi nomeado pelo Papa João XXIII para a Diocese de Leopoldina, tomando posse em 15 de outubro de 1961. Nossa região foi a única área a qual ele exerceu o seu ministério ao longo de 23 anos como bispo. O seu lema foi ‘Com os teus Santos’. Dom Reis, como era conhecido, renunciou aos 74 anos de idade, tornando-se mais tarde o bispo emérito de nossa diocese. O seu nome é atribuído ao principal centro de formação de Pastoral de Leopoldina. Ele nasceu no dia 1º de outubro de 1911 e faleceu aos 83 anos, sendo sepultado em Passos, Minas Gerais. Em 2011, os seus restos mortais foram traslados para a cripta da Catedral de São Sebastião, em Leopoldina.
Dom Sebastião Roque Rabelo Mendes
O terceiro bispo da Diocese de Leopoldina foi Dom Sebastião Roque Rabelo Mendes, nascido em 9 de outubro de 1929, em Itapecerica, Minas Gerais. Ele governou a diocese durante quatro anos, com o lema ‘Ele Lutará por ti’. Em 1989 foi transferido para exercer a função de bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, onde foi eleito bispo emérito. Ao completar 75 anos de idade, como prevê o código de direito canônico, pediu renúncia e passou a residir em sua terra natal, dedicando-se a Evangelizar o Povo de Deus daquela região, sendo um grande incentivador da música e homenageado com uma orquestra que leva o seu nome. Faleceu no dia 11 de março de 2020 e foi sepultado em Itapecerica (MG).
Dom Ricardo Chaves Pinto Filho
O quarto bispo foi Dom Ricardo Chaves Pinto Filho, nascido em 06 de agosto de 1938, em Capelinha, Minas Gerais. Foi designado bispo da Diocese de Leopoldina no dia 14 de março de 1990, onde exerceu o seu ministério por seis anos. O seu lema episcopal foi “O amor de Cristo nos Impulsiona”. No ano de 1996 foi nomeado arcebispo de Pouso Alegre. Quando completou 75 anos, pediu renúncia, tornando-se bispo emérito dessa arquidiocese do sul mineiro. Ele faleceu no dia 1º de abril de 2018, em Monte Sião, sendo sepultado na cripta da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre.
Dom Célio de Oliveira Goulart
O quinto bispo foi dom Célio de Oliveira Goulart, que nasceu no dia 14 de setembro de 1944, em Piracema, Minas Gerais. Ele foi nomeado pelo Papa João Paulo II para a Diocese de Leopoldina em 1998, permanecendo no leste mineiro por cinco anos. Ele adotou como lema episcopal ‘A cruz é a força de Deus’. Posteriormente foi bispo de Cachoeiro de Itapemirim e, por último, São João del-Rei, onde faleceu em 19 de janeiro de 2018.
Dom Dario Campos
O sexto bispo que governou a Diocese de Leopoldina foi o capixaba Dom Dario Campos, nascido em 09 de junho de 1948, em Castelo, Espírito Santo. Em 2000, foi ordenado bispo coadjutor de Araçuaí e, no ano seguinte, bispo diocesano dessa mesma região. Em 2004 foi transferido para a Diocese de Leopoldina, onde ficou por sete anos, tendo como lema ‘Nas tuas Mãos”. Em 2011 foi nomeado pelo Papa Bento XVI para a Diocese de Cachoeiro do Itapemirim. Já em 2018 tornou-se arcebispo de Vitória, no Espírito Santo.
Dom José Eudes Campos do Nascimento
O sétimo bispo da Diocese de Leopoldina foi Dom José Eudes Campos do Nascimento, nascido em 30 de abril de 1966, em Barbacena, Minas Gerais. Ele foi ordenado bispo no ano de 2012, sendo nomeado pelo Papa Bento XVI para a Diocese de Leopoldina. O lema adotado por ele foi ‘Servo no Amor’. Em 2018, dom José Eudes foi transferido para a Diocese de São João del-Rei, também em Minas Gerais.
Dom Edson José Oriolo dos Santos
Atualmente a Diocese de Leopoldina é governada pelo bispo Dom Edson José Oriolo dos Santos, nascido no dia 18 de setembro de 1964, em Itajubá, Minas Gerais. Ele foi nomeado pelo Papa Francisco bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte no ano de 2015. Em 2020 tomou posse na Diocese de Leopoldina. O seu lema é “Anunciar as riquezas da misericórdia”.
Administradores Diocesanos.
Em diversos momentos de sua história, a Diocese de Leopoldina esteve vacante, ou seja, sem bispo. Isso porque o tempo entre transferências e novas nomeações pelo Papa poderiam demorar meses e até mesmo anos. Com isso, os Administradores Diocesanos conduzem os trabalhos até a posse de um novo bispo.
A Diocese de Leopoldina faz parte da Província Eclesiástica de Juiz de Fora, composta também pela Diocese de São João del-Rei e Arquidiocese de Juiz de Fora. Atualmente está presente em 34 municípios da Zona da Mata Mineira, com 63 paróquias organizadas em seis regiões forânicas: Leopoldina, Cataguases, Muriaé, Ubá, Além Paraíba e Visconde do Rio Branco, onde 72 padres exercem o seu ministério.
Possui instituições educacionais dedicada a preparação cultural, teológica e filosófica dos candidatos ao Ministério Presbiteral, como o Seminário Maior Nossa Senhora de Guadalupe, com sede em Juiz de Fora e o Seminário Propedêutico Nossa Senhora Aparecida, em Leopoldina, dedicado a primeira fase de formação dos seminaristas.