Breve histórico narrado pelo seminarista da Diocese de Leopoldina Douglas Pereira Paul que vive uma experiência missionária na Diocese de Óbidos no Pará.
“Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão.” (Lc 24, 35)
Com semelhante entusiasmo ao dos discípulos de Emaús escrevo este texto na tentativa de “contar” aos meus irmãos e irmãs as alegrias e desafios que tenho experimentado nesse caminho missionário na diocese de Óbidos. Com efeito, acredito que as fortes experiências aqui vivenciadas por tantos missionários não podem ficar escondidas, uma vez que manifestam a suprema bondade de Nosso Deus presente no meio de seu povo.
Em primeiro lugar sinto a necessidade de falar sobre a beleza que aqui encontrei. Sim, é um lugar belo! A cada dia a natureza renova-se com uma exuberância encantadora. Todos os dias os rios assumem novos contornos e modificam a paisagem. Todos os dias o nascer e o pôr do sol colorem esta terra. Benefícios de uma Igreja que tem como tenda o coração da Amazônia.
Existe ainda a beleza manifestada no povo de Deus. Uma Igreja marcada pela diversidade e essencialmente missionária. Não é difícil perceber tal diversidade: ela apresenta-se nos missionários vindos de todos os lugares do Brasil e do mundo com seus muitos costumes, apresenta-se no modo reverente em que o povo celebra seus padroeiros e sobretudo na comunhão estabelecida por estas relações.
Mas nessa terra também há tristezas e angústias. Tristeza daqueles que deixaram suas casas, seduzidos pelo Senhor para trabalharem na missão, e vivem a experiência da solidão. Angústia experimentada na dor de um povo que vê sua terra ser explorada e que também a explora. Sofrimento promovido por tantos políticos que não entendem seu cargo como vocação de serviço e sim como “trampolim para subir na vida”.
Confesso que esse caminho, como outrora aos discípulos, faz arder o meu coração e muito me ensina. É bom aprender que a missão só se faz com o outro e nunca sozinho. É bom experimentar a presença do Bom Deus apontando nossas carências e as curando.
Rezemos por essa Igreja da Amazônia e seus missionários. Rezemos ainda pela missão na nossa querida diocese de Leopoldina. Que a alegria do Senhor seja nossa força e a Virgem de Guadalupe nossa companheira nesta caminhada.