“Oportet illum crescere, me autem minui” (Jo 3,30) — “É necessário que Ele cresça e que eu diminua.”
Com este lema, que traduz a espiritualidade da entrega, da humildade e da centralidade de Cristo, a Diocese de Leopoldina celebrou a Ordenação Presbiteral do diácono Vagner de Oliveira Proêncio, em solene celebração realizada no Santuário São José Operário, em Leopoldina (MG).
A celebração foi presidida pelo bispo diocesano, dom Edson Oriolo, e contou com a presença expressiva do clero diocesano, seminaristas e do povo de Deus, vindos de diversas regiões forâneas da diocese, que, em comunhão, participaram da acolhida de mais um filho ao Sacramento da Ordem. A ordenação integrou, ainda, a programação de encerramento diocesano do Ano Santo, tornando-se sinal concreto de esperança, renovação e fecundidade vocacional para a Igreja particular de Leopoldina.
Um dom para a Igreja
Em sua homilia, dom Edson destacou que a ordenação presbiteral é como um renovo da promessa divina, pela qual Deus continua a conduzir o seu povo à perfeição da caridade por meio de pastores dedicados.
Ao recordar também a ordenação do padre Luiz Fernando, ocorrida na abertura diocesana do Ano Santo, o bispo sublinhou que ambas as ordenações apontam para um novo horizonte pastoral para a Diocese.
Segundo dom Edson, o ministério confiado aos novos sacerdotes expressa uma presença sacerdotal marcada pela proximidade, não de quem apenas passa pelas comunidades para a administração dos sacramentos, mas de pastores que habitam o cotidiano do povo, partilhando a vida, as dores e as esperanças das famílias
Pastores que permanecem e caminham com o povo
Ao referir-se à missão confiada ao padre Vagner, especialmente nas paróquias onde já atua, como a Nossa Senhora da Conceição, em Estrela Dalva (MG), agora como pároco; também nas comunidades paroquiais de Santo Antônio, distrito de Providência, em Leopoldina (MG) e Paróquia Nossa Senhora Madre de Deus, distrito de Angustura, em Além Paraíba (MG), essas duas últimas como vigário paroquial, em trabalho conjunto do padre Luís Fernando Bertolato Paiva, o bispo ressaltou que se trata de um exercício ministerial diferenciado, vivido em realidades desafiadoras da Diocese de Leopoldina. Nelas, o testemunho sacerdotal torna visível a gratuidade do amor de Deus, ajudando o povo a compreender que a santidade se constrói no cotidiano da presença, da partilha e do serviço.
Dom Edson enfatizou que a Diocese de Leopoldina é chamada a ser uma Igreja que não apenas visita, mas permanece, caminha lado a lado com seu povo e transforma cada realidade periférica em lugar de encontro com Cristo e de verdadeira renovação espiritual.
O sacerdócio como caminho de santidade
Ao aprofundar a identidade do ministério sacerdotal, o bispo recordou ensinamentos dos Papas Pio IX e Pio XII sobre a centralidade da santidade do sacerdote para a vida do povo de Deus, afirmando que não há dom maior que Deus possa conceder à Igreja do que um sacerdote segundo o seu coração.
Nesse contexto, destacou que a vocação sacerdotal é, essencialmente, um chamado à intercessão constante. O sacerdote é mediador entre Deus e o povo, tornando-se canal da misericórdia divina por meio da oração e da vida sacramental. Por isso, a espiritualidade não é um elemento acessório, mas o fundamento que sustenta a perseverança no ministério.
“Não fomos escolhidos para parecer santos, mas para ser”
Citando reflexões do Papa Bento XVI, dom Edson reforçou que o sacerdote deve ser, antes de tudo, um homem de oração, alguém que conhece Jesus “a partir de dentro” e que não busca autorrealização, sucesso ou protagonismo, mas faz de Cristo o centro único de toda a pastoral.
Em tom pastoral e fraterno, o bispo dirigiu-se também ao clero presente, reconhecendo com gratidão o zelo, o sacrifício cotidiano e a dedicação dos sacerdotes da Diocese de Leopoldina. Ao mesmo tempo, fez um chamado à conversão, alertando para os riscos do formalismo vazio, da cultura das aparências.
Segundo dom Edson, a verdadeira santidade manifesta-se na humildade de reconhecer a própria humanidade e permitir que a graça de Deus atue, não para criar divisões, mas para edificar a comunhão e conduzir o povo pelo caminho da fé autêntica.
Crédito de imagem: João Gabriel B. Meneghite e Yasmin Pitassi










































































