Amados irmãos, amigos, paroquianos e a todos que esta mensagem chegar.
É meu desejo de levar até vocês uma palavra de conforto, alegria e de muita esperança.
É do conhecimento de todos que estamos vivendo um caminho, uma reta em nossa caminhada ferida pela manifestação do Vírus – Coronavírus – COVI-19, terrível monstro que vem assustando o mundo e agora chega em nossa “Pátria amada Brasil”. É momento de pensar não mais de forma individualista e sim, voltar o pensamento para a coletividade, para o todo, pensar num conjunto, objetivando a fazer de nossa atitude um caminho pautado pelo princípio da solidariedade. Este princípio norteia a ideia da coletividade, num todo em geral e não individual. As restrições impostas são medidas necessárias a não propagação do vírus.
O COVID-19 chegou em nosso País, e talvez chegue até mim, à nós, ou próximo de nós.
É momento de tristeza, pode ser, mas esta tristeza não pode virar ou transformar nossa atitude desesperada de pânico, de terror, de medo.
Pelo contrário, este momento em que estamos passando pode nos levar a uma reflexão maior de nossa condição humana, de pensar e amadurecer como ser humano, como Cristão de que podemos e devemos ser solidários uns com os outros. Este vírus não escolhe pessoa, nem classe social para infectar e manifestar em nós, embora hoje pessoas mais vulneráveis ao seu avanço mais grave, como os idosos, crianças ou em alguém que á possui um quadro de enfermidade crônica, estes requerem mais cuidados.
A solidariedade não advém da faixa etária da vida humana. Ela é o caminho que devemos buscar sempre em nossa comunidade de seres humanos.
Hoje somos chamados a viver o isolamento, que não será perpétuo, deixar de apertar as mãos de nossos irmãos, deixar de abraçar nossos semelhantes, manter afastamento. Tudo isso deve levar a uma maior reflexão de que estes gestos irão nos fortalecer muito mais e um dia, espero em Deus que será em breve, nós iremos abraçar a todos, nos aproximar de cada um com mais amor e respeito. O afastamento que hoje é pedido a nós, é a certeza que amanhã iremos ser mais irmãos.
Esses gestos não é de exclusão, de indiferença ou abandono, é a certeza de que caminhamos com mais solidariedade e compromisso com o nosso Deus, e na vida social, como cidadãos.
A comunidade eclesial missionária que é a Igreja de Jesus Cristo, por meio de seus pastores, indicaram a nós, ministros ordenados, leigos cristãos, a uma mudança na rotina eclesial.
Recebemos a orientação do nosso Pastor Diocesano, Dom Edson José Oriolo dos Santos, a resguardar o devido cuidado com a vida, e uma caridade pastoral com nossos irmãos enfermos. Isso não quer dizer que a Igreja está acabando, ou até mesmo fazendo ímpar diferença entre os irmãos, muito pelo contrário, a Igreja Mãe é prudente em seus ensinamentos porque Ela é conduzida pelo Espírito Santo e cuidadosa na Palavra de nossos pastores que nos orientam para uma comunhão, para uma fraternidade em prol da vida humana, vida esta tão propagada por Jesus Cristo; “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. (João 10,10)
Tenho a grande certeza que nos fiéis destas paróquias – Palma, Itapiruçu e comunidades – acolheram com fé e respeito a orientação dada pelo nosso pastor Diocesano.
É do conhecimento que outros irmãos de outras denominações religiosas orientaram seus rebanhos a um cuidado maior com a vida.
Deus seja louvado por isso!
O poder executivo Municipal também expediu um decreto resguardando o cuidado com a vida e a pessoa humana. Louvável atitude que emanado da autoridade constituída deve ser este decreto, observado e respeitado.
Somadas estas três (3) atitudes que emergiram de nossas autoridades religiosas que é o cuidado. Já reconhece isto quem sabe cuidar, porque do cuidar demonstram que ama, quem ama sabe cuidar. Eis atitude suprema do nosso Deus, que cuida e ama a todos sem distinção.
Aproveito este momento para comunicar aos nossos irmãos na fé que em obediência e respeito a vida, emitidas por nosso Pastor Diocesano e pelo poder executivo, as nossas celebrações serão na Igreja Matriz, em horário estipulado e tempo reduzido, conforme escala.
É meu desejo de trazer a vocês algumas informações necessárias neste momento da manifestação do COVID-19:
- Não é momento de criarmos pânico, devemos manter o cuidado necessário repassado pelo Ministério da saúde. Simples gestos, como lavar sempre as mãos com água e sabão ou purificar com álcool gel 70º.
- Não é qualquer sintoma que irá procurar os hospitais, esse pode ser o vetor de contaminação, ou receptor de contaminação no local hospitalar. Se você já possui uma doença, tem médico que o acompanha, converse com ele sobre o sintoma que está sentindo, ele saberá dar as orientações necessárias.
- Não se automedique, isto é prejudicial à saúde.
- Recebemos várias informações pelos meios de comunicação, passando receitas caseiras, até produto de beleza e alimentício entrou no rol da diminuição do COVID-19. Isto não tem comprovação científica da eficácia destas receitas.
- O médico saberá dar orientações e dará o suporte necessário para assegurar sua saúde e sua vida.
- Verifique a fonte das notícias que vão circulando nos meios de comunicação, nem sempre são verídicas.
Reconheço que não sou o profissional qualificado a dar estas orientações. Senti o dever de comunicar a vocês, caros irmãos, estas recomendações, depois de atenta leituras de artigos científicos, ou entrevistas de médicos pelos meios de comunicação.
Estou apenas repassando a vocês em sinal de uma comunhão fraterna entre nós.
Não criamos pânico, desespero, segue o conselho que o ministério da saúde nos orienta. Cada um fazendo sua parte, venceremos estas situação que hoje aflige nosso coração.
Rogo a Deus pela intercessão de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora das Dores que nos abençoa e protege nesta trajetória que estaremos vencendo.
Hoje, o nosso afastamento, o isolamento, amanhã o Deus que cuida nos dará as bênçãos para que nos abracemos a todos com mais solidariedade e carinho.
Meus fraterno abraço a todos e minhas bênçãos,
Pe. Marcelo de Aguiar Morais
Administrador Paroquial.
